Acerca da competição à escala mundial por matérias-primas para materiais de construção, por microchips, por semicondutores, por talento e tecnologias o primeiro-ministro defendeu que Portugal tem recursos para dar “um novo salto” ao nível tecnológico, desde logo pela sua elevada taxa de licenciados em engenharias, “a terceira da União Europeia”. Com isto, Portugal dispõe de uma oportunidade única para atingir o “top 10” da União Europeia.
António Costa assumiu esta posição no final de uma sessão intitulada “Web Summit — O dia seguinte”. O líder do executivo defendeu que o caminho passa pela formação de quadros mais qualificados, pela retenção de talentos, pela captação externa de talentos, por empresas com maior valor acrescentado e por uma ligação maior das empresas às entidades produtoras de conhecimento. “Temos a acrescentar à formação técnica e científica, a nossa arte de viver, que sempre nos foi bastante útil”, completou.
António Costa sustentou depois que o ecossistema tecnológico em Portugal “tem-se mostrado muito vibrante”, mas advertiu que é essencial que “continue a crescer”. “Essa é uma prioridade absoluta para o país”, declarou, antes de se referir ao dado de que Portugal já tem “sete unicórnios”, empresas tecnológicas com capital superior a mil milhões de dólares norte-americanos. “Esses sete unicórnios transmitem uma mensagem de confiança para todas as outras start-ups. A maioria das start-ups não serão nunca unicórnios. Mas o exemplo que estes unicórnios constituem é um enorme fator de motivação para quem já está a empreender, para quem ainda está a estudar ou para quem está lá fora”, acrescentou.
Durante uma sessão de apresentação dos resultados de uma parceria de inovação entre a Universidade do Minho e a Bosch, António Costa referiu o «capital humano» que está, pela primeira vez, próximo da média de qualificação da União Europeia. O Primeiro-Ministro reforça a afirmação de que Portugal deve ter uma economia competitiva, ganhadora e assente na qualificação, que garanta a fixação da sua «geração mais qualificada de sempre». Para António Costa é também crucial manter políticas fiscais que ajudem a atrair os jovens que emigraram e a fixar os novos talentos que anualmente saem das universidades e politécnicos, bem como fechar o acordo sobre conciliação da vida familiar e profissional. O Primeiro-Ministro definiu ainda, como objetivos para 2030: 50% dos portugueses, entre os 30 e 34, terem formação superior concluída; o investimento em investigação e desenvolvimento atingir os 3 por cento do produto interno bruto (PIB), um valor que atualmente se fica pelos 1,6 por cento.